Friday, March 09, 2018

Brasil vive na idade média em questões de segurança pública!!!






O Brasil ainda adota o inquérito policial, método oriundo da santa inquisição que queimava pessoas apenas com base em testemunhos(subornados ou não). A Idade Média inventou o inquérito judiciário, o mundo todo já se livrou desta forma primitiva de fazer justiça mas o Brasil teima em adotá-lo já que existem interessados em mantê-lo:

Corruptos e o crime organizado que chega ao poder querem manter as investigações ineficientes e barganháveis para que não sejam alcançados;

Uma casta forte de Delegados na bancada da Bala o defende pra poder conquistar e manter regalias que os magistrados já gozam;

Existe uma imprensa que dá apoio midiático aos delegados em troca de blindagens investigativas(veja o caso corrupção da FIFA nos direitos de transmissão à Rede Globo cujos inquéritos nunca avançaram aqui) e;

Existe um povo ignorante o suficiente pra engolir a desculpa de que os 95% de ineficiência de nossas polícias se deve a  falta de policiais ou de dinheiro(que foi reforçado muitas vezes e nada muda) e que a escalada de crimes e homicídios em níveis de  guerras é falta de lei de desarmamento(que foi feita mas se provou inútil) e que agora pode engolir a culpa da ineficiência nos direitos humanos pois assim fica fácil espancar um suspeito, mesmo que depois se prove inocente, pois é mais fácil fazer como na Santa Inquisição: torturar pra arrancar a verdade, do que abrir mão do inútil cargo "burrocrático" de bacharel em direito de delegado que se apropriou das polícias mas cujo saber em nada ajuda a elucidar crimes. Isto porque produzir provas de materialidade e autoria é tarefa multidisciplinar tal qual o crime o é(envolve conhecimentos de mecânica e química para, por exemplo, abrir ou explodir cofres, de biologia pra não deixar vestígios no local do crime, de contábeis e administração para lavar o dinheiro do crime, de informática pra eficiência nas comunicações criminosas e cobrir rastros digitais, de psicologia e sociologia para engenharias sociais e crimes silenciosos entre outros saberes).

Portugal foi o último país da Europa a abolir a Inquisição. Mas trouxe-a ao Brasil junto com seu filho: o Inquérito Policial. Portugal já abandonou o Inquérito Policial a mais de meio século mas o Brasil continua com ele mantendo métodos de segurança pública da idade média.

Por isto que não me admira ser possível hoje, a um delegado, agir como inquisidor, e desgraçar a vida de um empresário honesto simplesmente porque acredita em testemunhas que dizem que o suspeito é um bruxo:

Como um delegado usou testemunhas falsas para ligar a morte de crianças a um ritual satânico

"(...)A resolução relâmpago do caso pegou de surpresa o delegado Rogério Baggio, titular da Delegacia de Homicídios do município e que investigava o crime há meses. Ele estava em seus últimos dias de férias quando Moacir Fermino, colega que o substituiu por apenas 30 dias, veio a público anunciar que havia desvendado a motivação por trás das mortes.

Atribuindo o sucesso de seu trabalho a testemunhas que ele publicamente chamou de “profetas de Deus”, o substituto coletou informações que lhe permitiram descobrir os detalhes do crime. Cristão fervoroso, ele batizou a operação de “Revelação”.

Enquanto Baggio estava de férias, Fermino deu ordem de prisão e fez uma devassa na vida dos supostos envolvidos, sobretudo na de Sílvio Fernandes Rodrigues, dono de um sítio em Gravataí, onde ele mantém um local intitulado Templo de Lúcifer. O delegado passou a chamar Sílvio apenas de “bruxo”. Ele seria o principal personagem do ritual de esquartejamento. Seu sítio foi escavado em busca de fragmentos dos corpos das crianças. A cobertura da imprensa foi extenuante. Ao voltar das férias, o delegado Baggio desmontou a tese de Fermino. Não havia provas contra Silvio.

As conclusões do substituto haviam sido forjadas com base em depoimentos inventados por pessoas que se apresentaram à Polícia Civil com o intuito de se beneficiar indevidamente do programa de proteção a testemunhas, o Protege. Nenhum resquício de corpo humano foi encontrado no sítio. Nenhuma prova material além dos testemunhos foi juntada aos autos.(...)"

Saiba mais em:
https://theintercept.com/2018/03/02/novo-hamburgo-satanico-inquerito/

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